terça-feira, 24 de abril de 2007

Assuntos pendentes

Na semana passada tirei uma semana de férias e só acessei a internet duas vezes neste período. Durante este tempo também "enxuguei" o artigo abaixo, que publiquei na minha coluna do Dicas-L.
Ficaram pendentes algumas questões interessantes nas últimas semanas que pretendo comentar nos próximos dias:

  1. A Quanta vai fabricar computadores de baixo custo próprios, com a experiência adquirida com a OLPC.
  2. A Asus está projetando 5 modelos para o próximo ano.
  3. A Dell também está considerando o mercado baixa-renda e educação.
  4. Escolas na Inglaterra estão utilizando o PSP, game portátil da Sony, em projeto experimental de mobilidade em educação. O interessante é que esta iniciativa tem apoio da fabricante, o que indica que ela está considerando este novo mercado.
Por enquanto é só. Aguardem novidades.

Novo Artigo: "Objetos de Aprendizagem: contribuições para sua genealogia"

Convido para a leitura do novo artigo na coluna "Educação e Tecnologia", em
http://www.dicas-l.com.br/educacao_tecnologia/educacao_tecnologia_20070423.php

Título:
Objetos de Aprendizagem: contribuições para sua genealogia

Resumo:
No ensino a distância não existe constructo mais fundamental e mais incompreendido do que o de "objeto de aprendizagem". Sobre ele pairam muitas definições e alguns usos práticos limitados. Neste artigo
analisamos suas diversas facetas: como ferramenta e conceito, como entidade tecnológica e estratégia pedagógica. Mas ao invés de tentarmos explicá-lo como componente de mais uma tese milagrosa,
procuraremos apenas identificar quais são os discursos que o modelam.

domingo, 15 de abril de 2007

Artigo sobre padronização no e-learning

A coluna "Educação e Tecnologia" desta semana traz o artigo
"Os esforços de padronização e normatização em e-learning".

O artigo na integra encontra-se em
http://www.Dicas-L.com.br/educacao_tecnologia/educacao_tecnologia_20070413.php

:.: Resumo :.:
Definir regras mínimas para o intercâmbio entre as soluções desenvolvidas é prática comum na Indústria e em outras comunidades de inovação. Neste artigo introduzimos os sistemas de ensino baseados em padrões, indo além das decisões puramente técnicas e funcionais.

RSS: http://www.Dicas-L.com.br/educacao_tecnologia/index.xml

terça-feira, 10 de abril de 2007

O futuro (ou destino) dos computadores

Na semana passada publiquei a segunda parte da análise da Encore e seus principais produtos. No final do artigo comento e indico uma discussão levantada pelo Américo Damasceno, no seu blog. Reproduzo abaixo um post dele para mim na lista da OLPC-Brasil sobre a "evolução do computador pessoal" e de como isto foi um "mal negócio" para seu próprio desenvolvedor, a IBM.

Só lembrando, o Américo é engenheiro aposentado da própria IBM e trabalhou lá na época da revolução do PC.

"
Em 08/02/07, Americo Damasceno<[EMAIL PROTECTED]> escreveu:


Jaime,

Nós da IBM (digo isso por ter passado toda a minha vida profissional lá, apesar de hoje estar aposentado) tínhamos um compromisso com um padrão de qualidade muito alto. Nossa visão de engenharia de computador era como a visão do engenheiro aeronautico: a possibilidade de falha tem que ser mínima. Como se faz isso? Quando você entra na cabine de um avião acha que está vendo uns 500 reloginhos diferentes. Não são 500, são 250. Tudo é duplicado porque se um falhar o outro garante. Num mainframe IBM (que foram as máquinas com que trabalhei mais) quase tudo é duplicado ou triplicado. A confiabilidade é maior que 99 porcento. Por isso um mainframe custava mais de 1 milhão de dólares. Quando se resolveu criar o IBMPC, nós não acreditávamos num uso comercial duma máquina que tinha um grau de confiabilidade tão baixo. Igualmente não acreditávamos no uso comercial da internet, que até hoje,, todo mundo sabe, é completamente insegura. Víamos tanto o PC quanto a Internet como viáveis para uso por estudantes, professores, hobbyistas etc.

O mercado, o público em geral, no entanto ficou fascinado (e ainda é fascinado até hoje) com o uso de computadores. Realmente é fascinante mesmo. Apesar de estar no ramo desde 1969 (quase 40 anos!) ainda me entusiasmo com coisas que aparecem como rede mesh etc. E o público aceitou trabalhar com produtos de baixa qualidade (é claro que essa qualidade vem melhorando). E houve um boom de vendas de PC para empresas. Quando a IBM viu que isso estava acontecendo, tentou criar um PC com uma qualidade um pouco melhor (e com uma arquitetura e sistema operacional proprietários). Não funcionou. Foi como o caso do BetaMax e do VHS. A Sony criou os dois formatos. O BetaMax era bem superior e ela liberou o VHS para o mercado. Não achou que uma porcaria daquelas ia fazer grande sucesso. Poderia atingir um mercado de baixo preço, apenas. Que não é o "mercado Sony". Mas o VHS se disseminou e matou o BetaMax.

Hoje, a visão da IBM (é o que acho; não sou autorizado para falar em nome da IBM, claro - é apenas a constatação do que observo) é de que micro-computador é uma commodity. É como gasolina. Toda gasolina, de qualquer posto, é 99 porcento igual. E uma commodity tem sempre uma margem de lucro muito baixa, porque o número de players no mercado não tem limites. Assim, a IBM está se transformando, cada dia mais, numa empresa de serviços e não de venda de máquinas. No último anos, serviços já passou de 60 por cento no total do seu lucro. Ela continua fabricando seus mainframes (para quem precisa de máquinas com alta confiabilidade) e projetos especiais como o hardware de consoles de games, aparelhos médicos etc.

Mas, voltando ao nosso XO: partindo dessa idéia de que micro-computador é uma commodity, fácil de fazer igual, é que vejo o marketing da Intel um pouco equivocado se estão tentando concorrer com o XO. Imagine que você abra uma cadeia de postos de gasolina sem fins lucrativos. Não dá para concorrer. O ClassMate optou por uma configuração mais potente (e mais cara) que o XO. Mas eles podem fazer um clone do XO, se quiserem. Assim como a OLPC Inc. pode fazer um clone do ClassMate se quiser. O diferencial aqui é que a OLPC Inc. não visa lucro. Assim, não é fácil concorrer com ela. É claro que a Shell pode dizer que sua gasolina tem ICA ou DNA ou qualquer outra tentativa de diferenciar seu produto, mas a realidade é que é toda gasolina é 99 porcento igual.

O que eu acho é que a Intel está tentando minar a idéia de que um computador "pelado", de baixa sofisticação também é viável. Isso contraria toda um planejamento de marketing de puxar o mercado sempre para coisas mais sofisticadas. Eu me lembro que a gente comentava na IBM sobre o micro-computador: "Isso é uma fria em termos de negócio, vai virar relógio ou calculadora". E tentávamos (agora se conseguiu) sair fora disso. Meu palpite é que micro-computador vai "virar relógio" e daqui a pouco vai ter camelô vendendo XO-likes a 50 reais na Avenida Paulista.

Se a Intel e Microsoft não acordarem a tempo e sairem dessa (como a IBM saiu) suas ações podem virar mico.

Quem viver verá.
"


terça-feira, 3 de abril de 2007

Transporte escolar X Educação

Gasta-se mesmo muito com transporte escolar. E por quê? Por puro comodismo e descompromisso com a educação, eu diria, e não para "dar
acesso fácil e seguro à escola" como o discurso de prefeitos e legisladores pode enganar.

Basta fazer as contas: o dinheiro alocado para garantir este acesso é sempre precário e desgastante para o estudante e também
pedagogicamente e socialmente desaconselhável (a escola deve se inserir na comunidade, não é mesmo?). Some este gasto permanente por
um ano ou dois e teremos escolas na própria comunidade, com professores e capacitação. Ah! Os professores etarão longe da escola e
o problema se inverte? Um projeto de formação local com orientação poderia amenizar o problema no curto prazo, o uso de tecnologias para
esta capacitação e para diversificar os recursos escolares para os alunos e professores também ajuda a retirar estas escolas de algum
pretenso isolamento.

Se compararmos tais gastos permanentes que não geram valor humano e conhecimento (trasporte escolar) com a construção de escolas,
capacitação de pessoal, com novos e tradicionais recursos pedagógicos, com o mesmo volume de dinheiro, não dá para apoiar esta política
equivocada.

E por que ela persiste?

O transporte escolar rural é garantido por lei (acho que está até na Constituição). Todo esse dinheiro vem direto do governo federal para
administração do município, engordando sua conta (e de alguns prefeitos, é claro, já que é de difícil fiscalização).

O município não precisa "meter a mão no bolso", só administrar o recurso e prestar contas ao Conselho Municipal de Educação (controlado
pelo secretário de educação e, muitas vezes, com a esposa e outros cumpadres do prefeito no conselho).

O prefeito põe uma faixa no ônibus ou caminhão em fim de vida com os dizeres "prefeitura trabalhando" e garante votos futuros sem nenhum
esforço.

É o mesmo que acontece com a prefeitura que prefere alugar/comprar um ônibus com dinheiro próprio ou federal para levar seus doentes ao
hospital de outra cidade. Na lateral do veículo vai estar o slogan do prefeito, como se fosse uma grande realização.

A médio e longo prazo é um dinheiro perdido. Talvez se tais leis fixassem prazos para a solução do problema, evitando que o paleativo
se torne permanente...

Publicado em 08 de março de 2007 na EAD-L.

segunda-feira, 2 de abril de 2007

Conheça melhor a tecnologia da interface do iPhone

Para aqueles que viram a nova interface do iPhone da Apple, manipulada completamente pelos dedos de uma mão. Fiquem sabendo que o software que faz aquilo é multiplataforma (Windows/LInux/etc) e está disponível sob várias licença GPL, isto é, é software livre.

Não é a toa que diversos dispositivos móveis, principalmente celulares, estão utilizando tecnologias semelhantes ao iPhone. Não é uma questão de plágio, mas de desenvolvimento paralelo.

A empresa FingerWorks, que desenvolveu a interface, foi comprada pela Apple, mas isso não permite que o software XWinter ou o conceito de navegação com os dedos sejam fechados e tornados proprietários. A
Apple é obrigada a manter a licença livre do código já desenvolvido e nas modificações dele. Somente o código novo pode ter uma licença proprietária, mesmo assim se for considerado um novo projeto.

Aproveitem enquanto o site antigo da FigerWorks ainda está no ar!