quarta-feira, 12 de março de 2008

TV Digital em escolas de Hortolândia

Bem, não se trata exatamente da TV Digital Brasileira, inaugurada em dezembro último, mas é um campo de experiências para o modelo de TV digital interativa que o governo federal sonha em implementar.

Recebemos na última segunda-feira, dia 10/03, a visita de representantes do MEC, entre outros - como está descrito no meu perfil ao lado, trabalho numa TV Educativa Corporativa. Receber visitantes para conhecer nossos estúdios e equipamentos é rotineiro, mas espantou a todos a grande quantidade de convidados.

Por acaso li no site Hortolandia.com que a cidade também recebeu os mesmos ilustres visitantes. Eles vieram conhecer a "TV Digital" da cidade, num projeto piloto em uma escola municipal.

O projeto, bancado pela prefeitura e com execução do CPqD, UFRGS, UNISINOS e UFSC, tem características muito interessantes: um servidor central armazena o conteúdo multimídia e o transmite às escolas através de uma rede WiMax. Um set-top box na escola dá acesso à programação. Ao que parece, ao contrário da programação contínua gravada ou ao vivo da TV tradicional, a programação é a la carte, isto é, o set-top box dá acesso a um diretório/playlist com os programas disponíveis para serem tocados na TV.

Outro ponto interessante é que os professores também poderiam produzir/fazer programas que seriam disponibilizados através do servidor central.

Os pesquisadores envolvidos no projeto dizem que a experiência em Hortolândia pode fazer parte da futura interatividade do SBTVD. Fica a curiosidade, pois um sistema desses difere bastante do modelo tradicional e da própria TV Digital já em funcionamento na Grande São Paulo.

As principais divergencias com o modelo implantado são o canal de retorno via WiMax, a livre escolha do programa e a produção local de programação. Todos são pontos positivos mas que conflitam com o modelo monopolista atual de telecomunicação.

A prefeitura investiu R$ 300 mil no projeto. Um valor não muito baixo, mas justificado pela escolha do WiMax, tecnologia hoje bem mais cara que o WiFi.

Outros links: CPqD, UniversoTI, Prefeitura de Hortolândia, saiba o que é SAPSA e TV digital interativa.

PS: A foto é do site da Prefeitura de Hortolândia. Não gostei do resultado final, com a TV acima do quadro-negro, as crianças quase "quebrando o pescoço" para ver e a aparência de que é uma transmissão audiovisual tradicional. Com tantas inovações no backstage fica a sensação de que tudo se perde e se converte na mesmice da sala-de-aula tradicional.

Cameras fotográficas artesanais

Por princípio eu não gosto do Prêmio iBest que tem a pretensão de aferir a popularidade de sites brasileiros para a partir daí indicar os melhores da internet em cada categoria. Não o acho legal porque participar significa promovê-lo gratuitamente no seu site e para conseguir votar é preciso também preencher o e-mail do eleitor, o que automaticamente o inscreverá na mala-direta deles.

Essa auto-promoção às custas da espectativa de premiação de uma maioria sem chance é o que não me agrada. O próprio iBest passa a ser um dos sites mais visitados, inchado artificialmente pelas ramificações para o seu concurso e amplia enormemente sua lista de e-mails para envio de marketing-mail.

Se é para promover um serviço, prefiro aqueles com algum significado e os que são vias de mão dupla, como o Google AdSense.

Mas dou o braço a torcer que com o passar dos anos a qualidade do conteúdo da internet se diversificou e melhorou (uma coisa não necessariamente implica na outra - e vice-versa) e isso parece que está se refletindo no iBest. Na lista dos sites mais votados (que eu não visitava há anos) é possível agora ver novidades agradáveis e escapar do lugar comum.

Foi lá que encontrei um blog de tecnologia que não conhecia e que me fará companhia ao lado dos já notórios BR-Linux e O Velho.

O Digital Drops é um blog de tecnologia interessante, principalmente por se basear em fontes diferentes das minhas tradicionais conhecidas. É de lá que retiro a matéria sobre confecção de máquinas fotográficas artesanais ("pinhole" ou "buraco de agulha").

Conheci algumas experiências em escolas com este tipo de câmera, mas não com o e look deste site (em inglês).

As câmeras são muito criativas e possuem até um mecanismo para alimentação semi-automática com rolos de filme comum (as que eu conhecia só podiam ser alimentadas com um fotograma por vez).

O site disponibiliza os moldes para download e dá todas as instruções para construção.

Dá para um pai ou professor ensinar (e aprender) de forma divertida num curso de fotografia para crianças.

Outros links: Wikipedia, Tutorial em Português e este artigo sobre fotografia com pinhole em escolas.