sexta-feira, 23 de março de 2007

Servidores de dados nas escolas

Qualquer projeto de distribuição em massa de computadores portáteis para crianças (e professores) implica num tráfego de dados que tem que ser gerenciado.
(Considero que necessariamente as máquinas ofereçam algum tipo de conectividade: entre si, com a internet e/ou um computador central - o servidor).
Como essas máquininhas, por questão de custo e de racionalidade de projeto, tendem a não possuir uma grande capacidade de armazenamento, faz-se necessário sua ligação a servidores de dados para obter arquivos públicos e pessoais e até mesmo programas.
Cada escola, então, deve ter ao menos um servidor deste tipo que, na hipótese mais simplista, manterá os arquivos pessoais dos alunos e dará acesso a arquivos de estudo (e-books, vídeos, etc...). Também será sua função ligar estes computadores à internet, se não houver rede wirelles na região. É interessante que este servidor seja também um proxy, armazenando as páginas de internet mais acessadas pelos alunos, de maneira a otimizar o tráfego na rede externa.
Tudo isso são tecnologias comuns no campo das redes, apesar de sua implementação ser avançada. Abaixo repasso um texto que postei na OLPC-Brasil ontem:
A princípio um servidor pode suportar muito mais do que 100 alunos. Talvez você quisesse dizer umas 100 conexões ao mesmo tempo... Mas mesmo essa concorrência pode ser facilmente administrada pelo Linux.
Se enxergarmos uma rede como uma estrutura que administra SERVIÇOS, temos diversos tipos de serviços que podem ser oferecidos, cada um com suas características de acesso, necessidades de software/harware,
demandas e consumo de recursos.
Isso torna o servidor uma estrutura modular e "escalonável", isto é, novos serviços podem ser adicionados dependendo da disponibilidade de hardware, número de alunos e da capacidade física da rede.
Por exemplo, se a conexão com a internet é lenta num primeiro momento.
Um proxy pode guardar as páginas mais acessadas e um firewall pode limitar o acesso a outras cujo excesso de uso prejudique o desempenho global da rede (baixar MP3, por exemplo).
Para compensar a baixa velocidade da rede externa, o proxy e um repositório multimídia local teriam que ser bem dimensionados. Os dois poderiam funcionar na mesma máquina e dar conta da demanda interna da
escola. A máquina para este serviço é pouco potente (talvez até 1 ou 2 XOs em paralelo dessem conta), mas o HD e o sistema de backup são bem críticos.
Outros serviços, como banco de dados e processamento centralizado (streamming de vídeo e modelagem 3D em tempo real, por exemplo) exigem máquinas bem mais potentes.
O que quero dizer é que seviços básicos que cobrem as principais necessidades das crianças podem ser oferecidos de maneira imediata com servidores simples e baratos. A medidda que a escola for absorvendo
novos usos e tendo novas necessdiades, outros serviços mais complexos podem ser implementados, num aprendizado conjunto entre tecnologia e escola.
Arrisco a dizer que os mesmos alunos que montaram o primeiro servidor e o mantêm, podem dimensionar implementar os novos serviços, de acordo com as necessidades da escola.
Cada nova experiência neste sentido gera um novo debate e material para outras experiências em outras escolas

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