sábado, 23 de junho de 2007

XO CHEGOU!

Recebi um XO modelo B2 em casa nesta sexta-feira. Foi uma "novela" os 8 dias do trajeto desde o MIT, com suspenses arrebatadores no momento em que o equipamento pousou em Viracopos e ficou preso na Alfândega. No final a transportadora de fama internacional não conseguiu achar meu endereço (consulte os correios, minha filha!), mas no final tudo correu bem.

Por enquanto estou fazendo os testes mais básicos. Com certeza o software melhorou muito desde que testei um B1 na USP em fevereiro, mas o Sugar e as atividades ainda tem um longo percurso até a estabelidade exigida.

Num acesso de loucura tentei rodar o Croquet (veja abaixo). Foi fácil apontar executá-lo de uma pendrive, mas é claro que não funcionou. Mas eu não conferi as bibliotecas gráficas.

Vou agora fazer uma coisa que eu sempre quis e não conseguia: ver como ele se comporta com o Celestia.

Uma pequena ficção futurista sobre o Croquet

Se você não sabe o que é o Croquet, dê antes uma lida neste post do blog do Américo.

Depois veja este trailler sobre os livro do futuro.
O Croquet é um ambiente 3D desenvolvido no MIT. É parecido com o Second Life com duas diferenças fundamentais: é software livre e é um ambiente de programação e desenvolvimento com foco na educação.

Fiquei surpreso com o que ele pode fazer. Infelizmente exige equipamentos com aceleração 3D, componente que não está disponível nos computadores de baixo custo.

Ah! O Vídeo também é uma referência ao Sophie, projeto para escrever livros multimídia colaborativos. Ele ainda está na versão Alpha e seu último release saiu em abril deste ano.
Ambos os projeto são baseados no Smalltalk.
Todos os dispositivos portáteis que tratamos aqui possuem aceleração gráfica para vídeos normais e comprimidos, mas ainda é caro colocar chips específicos para os algoritmos 3D.

quinta-feira, 21 de junho de 2007

O XO está chegando...

No dia 22 de setembro próximo a linha de produção da Quanta, em Taiwan, depois de despachar as últimas caixas do iPhone da Apple, irá começar a produzir a todo vapor o XO da OLPC.

Dois dos maiores fetiches da história recente da informática compartilhando a mesma esteira e as mesmas máquinas. Mas destinados a públicos e a objetivos tão diversos.

Mas para que esperar? Estou no trabalho e já deve ter chegado em casa o XO para testes. Ele saiu do MIT no dia 15 de junho, ficou preso na Alfândega do aeroporto de Viracopos, já em Campinas. Tive de fazer um documento comprovando a origem e o uso que faria.

O utilizarei para testar e desenvolver atividades com sensores, como é sabido a entrada de microfone e a câmera do XO servem para leitura de informações físicas do ambiente, como temperatura e espectro.

Agradeço ao pessoal do MIT a oportunidade de participar mais.

Sobre o uso de sensores leia o artigo "OLPC: Um laboratório para cada crianças" no Dicas-L.

PS: A foto acima é do evento ocorrido na USP em fevereiro, que tive a honra de participar.

Mobilis em produção...

Esta é a última notícia que consegui "pescar" na rede. Queria algo mais concreto, direto da fonte ou mesmo do "chão da fábrica" mas ainda não foi possível.

nicialmente, vão fabricar uma série de 2 mil computadores. Depois, prometem fabricar 10 mil computadores até julho, e 100 mil computadores até dezembro. Os computadores custam US$ 170 (com tela) ou US$ 100 (sem tela). O cliente terá de desembolsar mais US$ 30 pelo receptor e pela antena de TV.

A Encore disputa a conta do programa mundial Um Computador por Aluno (One Laptop per Child). É um programa coordenado pela OLPC, uma ONG norte-americana, chefiada pelo famoso professor Nicholas Negroponte, do MIT. Os concorrentes da Encore são a Intel (com os computadores da linha Classmate PC) e própria OLPC (com os computadores da linha XO).

Os equipamentos da Encore, equipados com o receptor de US$ 30, funcionam como receptor de TV e acessam a Internet por meio de celular, Wi-Fi ou conexão ADSL. Quando a TV digital brasileira sair, o Mobilis servirá como receptor também, informa Jakson Sosa, diretor executivo da RF Telavo.


A notícia foi publicada no portal TI&Governo e reproduzida pelo PSL Brasil.

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Configuração do Mobilis

Atendendo a pedidos estou repassando a configuração básica do Mobilis. O modelo fabricado no Brasil pode sofrer alterações e ter novos componentes, como um setup-box para TV Digital. Mas não deve variar muito das informações que dei no artigo "A hora e a vez da Encore II", do qual retiro as especificações:

"Ele possui as características de um computador completo apesar de, tecnicamente, não passar de uma simples evolução do seu antecessor, o Simputer (tratado no artigo anterior). No entanto, sua usabilidade e estabilidade são surpreendentes. A experiência em manuseá-lo pouco difere daquela de modelos desktops populares, comercializados sob o selo do "Computador para Todos", do governo federal. Considerando-se o custo mais baixo e a mobilidade, o hardware modesto e o fraco desempenho não seriam problemas em muitas aplicações rotineiras:

  • Processador: 1 Intel PXA-255 com 400Mhz (a mesma plataforma do projeto brasileiro Cowboy). Esta linha de processadores para sistemas móveis e embarcados foi vendida para a Marvell Inc., a detentora da tecnologia da rede Mesh utilizada pela OLPC. -128 MB de memória e até 2 GB de memória para armazenamento (não possui disco rígido).
  • Monitor de 7", com 800x480 pixels e 16 bits de resolução.
  • WiFi (é provável que também incorpore rede Mesh), Modem V90, ethernet, serial, USB, telefone CDMA, etc...
  • Detecta automaticamente as redes sem-fio disponíveis.
  • A base do sistema é um Linux adaptado à plataforma. A maioria dos softwares é de código aberto, mas também utiliza softwares não-livres, como o Adobe Flash e Java.
  • Como o Simputer, ele possui suporte multilingual, visando o mercado asiático.
  • Possui um pequeno teclado de borracha, mas o teclado virtual é mais usual. Nada impede que se conecte um teclado USB para digitação intensiva."

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Artigo: Monte Santo e outras cidades conectadas

A oferta de banda-larga sem-fio e outros serviços por municípios de pequeno porte pode causar uma revolução sem precedentes no processo de inclusão social no Brasil. O baixo custo e a facilidade de implementação unem prefeitos e jovens técnicos em ações novas, descoladas das iniciativas oficiais. Neste artigo falamos destas iniciativas e alertamos que este modelo de conectividade social ainda está sendo escrito e por isso necessita de maior integração entre seus atores.

Link direto:
http://www.dicas-l.com.br/educacao_tecnologia/educacao_tecnologia_20070615.php

Abaixo uma foto da cidadezinha mineira que inspirou o texto:

quarta-feira, 13 de junho de 2007

O fim do Classmate

A Intel bem que tentou, mas não conseguiu enxergar a real necessidades dos usuários por equipamentos móveis e baratos. Também não percebeu que o nicho educacional foi uma opção da política da OLPC, não uma limitação real.

Daí que seu Classmate, com componentes mais atuais e, consequentemente, mais caros não conseguiu decolar e morreu.

Primeiro a badalada produção local foi substituída por uma proposta para a Quanta, que fabrica o XO, o fizesse lá em Taiwan. Depois foram os compromissos firmados com a Argentina e outros países pobres e em desenvolvimento, vendidos como encomendas de US$ 200 à unidade, bem abaixo do seu preço de custo.

Por fim veio a proposta para a asiática Asus, conhecida no Brasil pelas motherboards que monta em Manaus. Mas ela já estava trabalhando em um produto próprio e lançou-o semana passada com o nome de "eee PC 701". Voltado para a educação e TAMBÉM para uso geral, como o Mobilis. Seu preço: reais US$ 199.

Pelo menos esta história de micros móveis e baratos fez com que a Intel retomasse a pesquisa e fabricação de processadores dedicados a este segmento. Ela havia vendido a sua linha PXA, que equipa o Mobilis e o iPhone da Apple, para a Marwel (que faz a rede Mesh do XO), dizia que este segmento não dava os lucros esperados e não tinha muita perspectiva futura.

Ela agora volta com chips de qualidade e baratos para este nicho. Talvez eles até equipem o "eee" da Asus. O que seria uma maneira de manter o "coração" do Classmate ainda batendo (apesar de originalmente ele usar um processador Celeron de 1GHz).

Veja o micrinho da Asus aqui. Não há previsão de que chegue ao Brasil. A Asus fabrica centenas de produtos e menos de meia-dúzia deles são comercializados por aqui.

terça-feira, 12 de junho de 2007

Onde o Mobilis será fabricado

A princípio a Encore do Brasil iria instalar a linha de produção em São José dos Campos, SP. Lá fica a fábrica da Telavo, sócia dos indianos no Brasil e uma antiga fabricante de transmissores e antenas para TV, rádio e satélite doméstico. A Telavo também é uma das duas empresas nacionais que fabricarão os setup-box para a TV Digital brasileira (que estréia em dezembro, em São Paulo).

Agora a fábricação foi transferida para Porto Alegre, RS. Lá está o CEITEC, responsável pelo projeto do chip para os setup-box da TV Digital. Em Porto Alegre também está a primeira fábrica de chips do país.

segunda-feira, 11 de junho de 2007

O jeito Polishop de vender...

Nesta história do Mobilis ser vendido na Polishop só uma coisa me deixava mais intrigado que o preço de R$ 340, bem dissonante como o que identificamos como o Capitalistmo "à brasileira": a perspectiva de que o produto estivesse disponível já em julho, pouco mais de 1 mês depois do anúncio definitivo da criação da empresa Encore do Brasil e da montagem da linha de produção.
Mesmo com o projeto todo pronto e desconsiderando as mudanças anunciadas (ou não), componente e peças devem ser encomendados para serem fabricados localmente e importados por via marítma (avião é muito mais caro). De qualquer maneira, nunca pareceu viável que o produto final estivesse nas prateleiras televisivas da Polishop de fato em 1o de julho.
Aí, assistindo a sua programação na TV neste feriado, reparei que em meio a produtos de marcas mais conhecidas como mallory, Walitta e Philips a Polishop anuniava alguns itens (sem preço) como pré-venda. Nada mais cômodo, com os 500.000 Mobilis já encomendados, ela está livre para propagandear o produto e recolher os primeiros pedidos, ao melhor estilo "caixeiro viajante".
Uma boa estratégia que lhe dará destaque e primazia, além de permitir "medir" o interesse real do consumidor. Tudo isso sem ter de esperar o primeiro lote ficar realmente pronto.

Propaganda na Polishop

"...e por mais 30 reais você leva este setup-box, um receptor para TV Digital que você pode conectar ao seu Mobilis para tranformá-lo em um televisor portátil com qualidade de imagem e som melhores que DVD!".

Não é brincadeira não. Fiquei sabendo que a Telavo (que desenvolve e fabricará os setup-box nacionais) pretende transformar o Mobilis em TV por este pequeno preço.

terça-feira, 5 de junho de 2007

O Mobilis de R$ 340,00

A fotos abaixo foram batidas com um XO, da OLPC, em fevereiro, num seminário na USP (o Mobilis não tem câmera):

Clique nas imagens para vê-las em tamanho maior.



Para minha análise sobre o Mobilis, veja este artigo no Dicas-L.
Mais fotos com comentários aqui e no Flirck

Mobilis na Polishop!

Deu no blogg do Américo, saiu no Valor Econômico (só para assinantes), via Thompson e BNAmericas (também só para assinantes). Enfim, confirmei os detalhes no site da TCN, em inglês (Tive de confirmar tudo porque os dados que o Américo passou me pareceram muito irreais, como vocês mesmos poderão constatar):

A Polishop irá comercializar o Mobilis da Encore do Brasil a partir de 1o de julho por algo em torno de R$ 340,00! O valor é extremamente baixo, principalmente para os padrões dos produtos da Polishop. Estou confirmando (mais uma vez) tudo com o Peter Knight, representante da Encore Indiana no Brasil.

Era de se esperar que a parceria da Encore com a Telavo buscasse um grande varejista para poder comercializar seus produtos a um custo razoável e alcançar todo o imenso Brasil. Confesso que pensei em Carrefour, Magazine Luiza, Casas Bahia... e descartei de imediato o Submarino/Americanas.com, porque as vendas pela Internet crescem mas não se comparam às vendas no varejo tradicional.

Pensei também em grandes redes atacadistas como o Makro e, principalmente, o Grupo Martins. Mas a Polishop com seu sistema de vendas pela TV consegue uma abrangência ímpar, alcançando muito mais consumidores finais em todo o país, exatamente dentro do perfil do aparelhinho. De fato, foi uma ótima jogada.