sexta-feira, 9 de novembro de 2007

"Perspectivas do uso de laptops pelas crianças e nas escolas"

Ontem de manhã eu dei a palestra com o título acima no auditório do Centro de Computação da UNICAMP. Participaram cerca de 30 pessoas no local e muitas outras tiveram acesso pela transmissão on-line. Foi uma experiência muito significativa. Abaixo o roteiro da palestra:

1. Apresentação do palestrante
2. Contexto técnico e econômico do mercado de equipamentos móveis (celulares, smartphones, players, mobile games, etc...). Contatação de que todos utilizam tecnologia antiga "revisitada" com novas tendências em materiais, interface e usabilidade.
3. Os modelos "1 para 1" e "1 para muitos"
4. Modelos de laptops educacionais e características semelhantes/diferentes
5. Influências filosóficas e educacionais do XO da OLPC
6. Potenciais do XO (o que dá para fazer com ele)
7. Questões educacionais intrínsecas ao XO
8. Softwares existentes (não foi apresentada esta parte)
9. O futuro do XO

Durante as perguntas uma questão que chamou a atenção foi o interesse despertado por um modelo "1 para muitos": a colocação de um computador em cada classe, ao invés de manter todos os micros no laboratório de informática. Eu havia dito que atividades em grupo são beneficiadas por esta atitude e que ela serviria como prévia/preparação à introdução do modelo "1 para 1", já que o professor teria que planejar atividades envolvendo colaboração,pesquisa e construção do equipamento, reservando uma parte das atividades para o uso do computador da classe num esquema de revezamento entre os grupos de alunos.

Com relação ao uso de laptops em si, procurei traçar um contexto histórico e informações relevantes quanto às características, sendo bastante pragmático quanto aos usos possíveis: coleta e interpretação de dados da natureza (a parte que acho mais cativante do projeto), pesquisa de informações, sistematização de dados, escrita e leitura, composição multimídia e conexão permanente com os colegas. Deixei de propósito a Internet de fora, acredito que a maioria das atividades dentro da escola não necessitaram da internet ou utilizaram muito pouco esta tecnologia.

Devo reapresentar esta mesma palestra em um curso do Instituto de Estudos da Linguagem e para professores da rede municipal de ensino de Campinas. Em breve a palestra estará disponível no CameraWeb da Unicamp.


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2 comentários:

Anônimo disse...

Acho que estamos perdendo o foco.

1. Cada criança terá seu XO em tempo integral. A curva de aprendizado e o tempo de adaptação dependerão disso.

2. O XO deverá ser utilizado como ferramenta:

a) de aprendizado (operacional);
b) de apoio (educacional - pesquisas/registros) e
c) entretenimento (socio-cultural - comunicação/audio/video/jogos), incluido-se aqui a família.

3. O Governo Federal, infelizmente, não conseguirá cumprir o compromisso assumido com a OLPC - há prioridades maiores como a saúde por exemplo.

Então, bastaria vontade política para:

a) Incumbir os departamentos de TI de cada universidade/faculdade/escola técnica brasileira do planejamento/implantação/aquisição/distribuição/gerenciamento/manutenção da estrutura e equipamentos necessários, dentro de sua área de abrangência;

b) Decretar total isenção de impostos para os equipamentos adquiridos conforme descrito acima e, a exemplo de USA e Canadá, premiar doações com incentivos fiscais;

c) Financiar as aquisições (XO) à famílias de baixa renda e

d) Investir/custear a estrutura de apoio faltante - boa parte já existe como os laboratórios de informática das escolas ~90% ociosos e os links de acesso internet nas escolas/universidades - rateados entre União, Estados e Munícipios.

4. A reestruturação do sistema de ensino deverá ser gradual e sem traumas, com total interação dos acadêmicos, professores, pais, alunos e a comunidade como um todo.

5. Atingida a meta 1:1, podemos imaginar uma segunda fase:

- a total inclusão social -

com, ao menos, um aparelho em cada residência, conformando/suportando a rede mesh e integrando toda a comunidade com o mundo.

6. Imaginando-se, num futuro próximo, 20.000.000 de aparelhos consumindo cerca de 0,007 kWh cada, isso demandaria aproximadamente 140 MWh.

Caberia aqui uma radical mudança de hábito

- produzir a energia consumida -

com a utilização plena do string power generator. Isso também deveria se aplicar a celulares! A economia seria bem maior!

Será que é pedir demais?

jeffmaurici@gmail.com

Jaime Balbino disse...

Você vê as coisas com clareza e pragmatismo, mas com os políticos que temos acho que é "pedir de mais", sim...