terça-feira, 23 de dezembro de 2008

600 mil XOs nas escolas do mundo hoje

Nicolas Negroponte, em entrevista à revista New Scientist, disse que já foram distribuídos 600 mil laptops educacionais pela fundação OLPC. Estes laptops estão nas mãos das crianças e sendo utilizados em salas de aula de países em desenvolvimento, como Uruguai, Peru, Ruanda e Camboja. Esta conta não inclui os equipamentos para teste, doados aos colaboradores e vendidos no programa de varejo G1G1.

Os números são mais modestos que os 5 milhões de laptops desejados no começo do projeto, há 3 anos, mas demonstram que o projeto segue firme e em bases mais realistas.

O impacto do uso intensivo destes laptops em sala de aula é pouco divulgado, mas no Uruguai, por exemplo, estes equipamentos serão incorporados em todas as classes até 2010, totalizando 400 mil alunos atendidos só neste país. O sistema de ensino uruguaio foi readaptado para esta nova realidade e espero em breve conseguir fazer uma análise mais detalhada desta experiência.

No Brasil, a OLPC desistiu de concorrer na compra de 150 mil laptops educacionais para o primeiro grande piloto do UCA, principalmente por ter tido dificuldades em cumprir todas as exigências da concorrência.

Outro link: Jornal O Pantaneiro

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Testes para homologação do leilão do UCA

Hoje ocorrem os testes de aderência do leilão do UCA, isto é, um determinado número de equipamentos são entregues ao MEC (que é o responsável pela licitação) e ele realiza diversos testes para ver se o equipamento oferecido está de acordo com o edital. Nesta fase é testado somente o equipamento vencedor do leilão. Caso ele não corresponda as especificações (o que já ocorreu em outros pregões do MEC), o segundo colocado pode ser chamado.

No ano passado a Positivo, vencedora na época, nem chegou a participar deste teste, por conta do impasse no preço oferecido.

Abaixo as normas do teste de aderência publicadas junto com o edital do pregão:

PROCEDIMENTOS PARA OS TESTES DE ADERÊNCIA DOS EQUIPAMENTOS E DOS SOFTWARES


a) Os testes de aderência dos equipamentos visam constatar a adequação da proposta e da oferta dos laptops aos requisitos de qualidade necessários para a execução das ações da SEED/MEC;
b) Os equipamentos utilizados nos testes de aderência deverão ser os mesmos constantes da proposta do proponente, possuindo assim, pelo menos as características técnicas mínimas exigidas neste Termo de Referência. Vale salientar que os equipamentos a serem entregues deverão ser idênticos aos usados nos testes, ou seja, de modelo, marca e características;
c) A licitante classificada em primeiro lugar deverá instalar e configurar, sob a supervisão de técnicos da SEED/MEC, toda a solução exigida, tanto de hardware e software. A mesma também deverá instalar, configurar e demonstrar a solução do servidor exigida no subitem 8.2.3, deste Termo de Referência. Todos os testes, com exceção daqueles descritos no subitem 7.11 deste Termo de Referência, serão realizados nas dependências da SEED/MEC. A Contratante reserva-se ao direito de convocar, para fins de acompanhamento e averiguação, quaisquer especialistas que julgar necessários ao processo;

1) DOS TESTES

Para a realização dos testes de Aderência, a SEED/MEC analisará a proposta do licitante classificado em primeiro lugar e examinará as amostras dos equipamentos. As exigências e funcionalidades descritas abaixo deverão ser simuladas e demonstradas, pela licitante, sob a coordenação dos técnicos da SEED/MEC. Todos os equipamentos, acessórios, dispositivos, softwares, etc. necessários aos testes deverão ser providenciados pela proponente:

1) Verificação da documentação técnica para saber se a mesma está em idioma português do Brasil;
2) Rede ad-hoc de múltiplos saltos (mesh network). Este teste deverá ser realizado com pelo menos 3 (três) equipamentos;
3) Autonomia da bateria
• O teste será realizado em 2 (dois) equipamentos distintos e ao mesmo tempo;
• O equipamento deverá estar instalado e configurado com todos os seus softwares;
• O teste deverá ser realizado com o equipamento ligado e o sistema operacional carregado;
• A tela de LCD deverá estar ligada, com nível de brilho configurado no máximo e assim permanecer até o final dos testes;
4) Tempo de carregamento da bateria
• O teste será realizado com o equipamento desligado e em 2 (dois) equipamentos distintos e ao mesmo tempo;
• O equipamento deverá estar com a bateria totalmente descarregada;
5) Teste de substituição da bateria;
6) Peso do equipamento
• A medição deverá ser feita com balança de precisão digital homologada pelo INMETRO.
7) Teste de resistência a impactos dinâmicos;
8) Teste do sistema de segurança descrito no subitem 8.1.20 deste Termo de Referência;
9) Teste dos softwares
• A licitante deverá demonstrar as funcionalidades e características mínimas exigidas neste Termo de Referência. As características extras, aqui não exigidas, não necessitarão de demonstração;
• Deverá ser instalado e configurado e simulada a utilização dos softwares do servidor da escola.
10) Teste de compatibilidade do navegador web com plugins deverão ser utilizados as seguintes URL:
• http://rived.proinfo.mec.gov.br/modulos/fisica/micromacro/atividade1.htm
• http://www.francoclic.mec.gov.br/reflets/licao01/introduction.php
• http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraDownload.do?select_action=&co_obra=46481&co_midia=3
• http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraDownload.do?select_action=&co_obra=17623&co_midia=6

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Porque a OLPC não participou do leilão do UCA

Questionei David Cavallo, representante da OLPC na América Latina, sobre a não participação da organização no último leilão do UCA. Recebei uma curta resposta, ainda não-oficial.

O principal ponto foi a impossibilidade da OLPC cumprir algumas exigências do edital. Complementa ele: "é positivo que nem todos consigam cumprir todos os requisitos (alguns até contraditórios, como o de ter somente software livre mas também incluir o Flash)".

Ao que parece a não participação no pregão foi uma opção consciente da ONG e também deve ter influído o pouco tempo para se organizar depois da publicação do edital (12 dias).

David também disse que a OLPC vai muito bem e tem crescido sobremaneira nos outros países da América Latina e na África. Inclusive ele pessoalmente tem tido muito trabalho implementando o projeto nestes dois continentes.

Talvez tenha "faltado perna" e interesse em dissecar a burocracia brasileira. A OLPC não é muito chegada em disputas abertas com regras que a obrigariam a readequar seu modelo de trabalho. É mais fácil para ela entregar equipamentos e ajudar a formar educadores, sem ingerência explícita e preocupações exageradas com suporte técnico.


Mobilis deve ser fabricado no estado de São Paulo

Como já tinha postado aqui em julho, a Comsat possui unidades de produção em Taboão da Serra e São José dos Campos. Elas já tinham recebido no começo do ano investimentos de R$ 2 milhões para se adaptarem à produção do Mobilis.

Outra possibilidade seria terceirizar a produção na cidade de Porto Alegre, RS, onde fica a fabricante dos chips.

Em entrevista ao jornal Valor Econômico de hoje, numa reportagem curta, informativa e muito bem feita num tempo recorde, o Diretor-Presidente da Comsat, Jackson Sosa, disse: "Estamos prontos. Agora vamos trabalhar no projeto".

Para conferir a reportagem clique aqui.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

O perfil do laptop campeão


A imagem ao lado é do Novo Mobilis, o laptop vencedor do pregão do UCA.

Segundo a descrição feita no pregão, o laptop vem com aplicativos pedagógicos, design apropriado para estudo e pesquisa de professores e alunos, portabilidade (200 gramas), bateria de 8 horas com recarga de 50 minutos, tela touch screen e alternativa de uso de teclado tradicional.

Na foto ao lado temos o modelo "agenda" (mais claro) e o modelo "tradicional", encapado em borracha, com teclado e suporte. Tudo opcional, já que o produto é na verdade um tablet. Internamente os dois modelos são idênticos, mas não dá para saber qual deles foi oferecido ao MEC.

A tela ainda é sensível ao toque e substitui o teclado tradicional com vantagem na maioria das situações (menos na escrita de textos longos), a bateria tem uma durabilidade muito longa (8 a 10 horas) e ele pode vir com o receptor para TV Digital, que é um dos ramos principais de atuação da Comsat.

Outras caracteríticas:
- O processador é um RISC da Texas Instruments (TI OMAP2431 de 450MHz)
- Até 512MB de RAM e 4GB de SSD-HD
- Display de 7 polegadas
- Linux Mandriva
- 2 portas USB, caixa de som, etc...

Uma caracteristica do processador (e que deve ter influenciado sua escolha) é que ele permite codificar e decodificar em MPEG4/H264. Este é o formato de mídia mais avançado, que permite melhor compactação e qualidade. Este formato é utilizado na TV Digital Brasileira e sofreu críticas por necessitar de hardware específico para o processamento, ao contrário do MPEG2, utilizado na TV Digital da Europa e dos EUA, além dos DVDs.

A Comsat Tecnologia faz parte do mesmo grupo da Telavo, tradicional fabricante de transmissores analógicos e digitais para emissoras de TV e rádio e que agora está entrando no ramo de receptores para a TVDB, depois de desenvolver tecnologia própria. Há produtos interessantes nesta categoria no site.

Apesar de tecnicamente pronto, o novo Mobilis ainda não tem previsão de venda no varejo e nem preço definido. Ao vencer o pregão do UCA a Comsat pode estar concretizando uma estratégia para popularizar este aparelhinho, desencadeando sua produção em larga escala e definindo finalmente uma política de preço e e distribuição.

Outro link: Compare o novo Mobilis com o modelo original descrito neste artigo.

Mobilis baixa mais um pouco sua oferta para R$ 550 por máquina

Após o final do leilão a Comsat, fabricante do Mobilis, aceitou rever para baixo a sua oferta campeã. O valor final é de R$ 82.550.000,00 ou R$ 550,33 por máquina (com 1 ano de garantia, entrega no local, software servidor e impostos).

O preço é menor que os R$ 87 milhões negociados com a Positivo até o começo deste ano, quando o leilão foi cancelado. Mas o equipamento também possui configurações mais modestas.

Mobilis ganha o novo leilão - OLPC não participa

A Comsat Tecnologia e a indiana Encore venceram o leilão federal para a compra de 150 mil laptops educacionais com o Mobilis. O valor oferecido foi de R$ 89 milhões e 550 mil.

Após o fim do leilão é divulgado o nome das empresas e produtos ofertados. A OLPC não participou através de representante, como no ano passado.

O valor inclui o equipamento com configuração de acordo com o edital da licitação, entregue no local em até 2 meses, 1 ano de garantia e software para os servidores escolares.

O preço ainda pode sofrer variação para baixo após negociação com o MEC, como aconteceu com a Positivo ano passado. Mas o pregoeiro não mencionou se o valor final está muito acima das espectativas e da dotação orçamentária para a compra, como também aconteceu no ano passado.

Por enquanto então é: PARABÉNS MÓBILIS!

Novo leilão pode também ser suspenso

Como aconteceu no ano passado o novo leilão do UCA pode ser suspenso, tendo em vista que não houve disputa pela oferta de uma proposta melhor, isto é, abaixo dos R$ 89,55 milhões. Apesar de não ter sido citado pelo pregoeiro, o chamado "preço de referência" estipulado tecnicamente pelo governo e mantido em segredo pode não ter sido atingido novamente.

Neste caso, cabe ao responsável pela licitação, no caso o MEC, avaliar a proposta e ver se dá para pagar o valor mais alto que o previsto. Também é avaliada a possibilidade de formação de cartel para impor um valor superior (o que não parece o caso).

Esta é a última chance dos concorrentes. Pode ser também que todos estejam esperando este momento para fazer sua última cartada, evitando assim uma queda muito abrupta dos preços, apesar do risco maior de perder nos lances livres.

Os dois leilões chegam a valores semelhantes

Apesar da crise financeira, que influi negativamente na cotação do dólar e na oferta de financiamento às empresas, o novo pregão do UCA chega a valores bem próximo daqueles da frustrada tentativa do ano passado.

Naquela época o menor lance foi feito pela Positivo Informática: R$ 98.1 milhões. O valor ainda foi negociado após o leilão e chegou a R$ 87 milhões, quando então o pregão foi cancelado.

Hoje, a Comsat já ofereceu um lance bem próximo deste último valor: R$ 89,55 milhões. Mas o Mobilis é equipado com um processador mais fraco e tem uma arquitetura completamente diferente do Classmate e de outras opções (assim como o XO, da OLPC).

Outra variante positiva foi o tempo de garantia, que baixou de 3 anos para 1 ano.

O valor de R$ 597 a unidade ainda é muito alto, tendo em vista o volume da compra, mas talvez seja o possível neste momento de crise financeira e frente a burocracia que envolve os pagamentos governamentais.

Mobilis não participou do pregão anterior

No ano passado, nessa mesma época, ocorreu o primeiro pregão do UCA. A Comsat, fabricante e uma das desenvolvedoras do Mobilis reclamou, mas não pôde participar porque o edital explicitamente citava que o teclao devia ser incorporado ao gabinete. O Mobilis possui prioritariamente tela toque para entrada de dados e o teclado é um acessório USB externo.

De lá para cá o Mobilis mudou bastante. O teclado ainda é um item opcional, mas ele agora está "integrado" ao gabinete através da embalagem que protege o aparelho, mas continua um componente externo. Essa manobra permite atender ao edital e também ao público em geral, que pode preferir a digitação tradicional.

Lembrando que o novo Mobilis já foi lançado há alguns meses, mas até agora não entrou em produção de escala, provavelmente por falta de financiamento. Este pregão pode ser a oportunidade da Comsat Tecnologia emplacar o aparelhinho que, na minha opinião, está defasado frente as opções com Atom, apesar das qualidades.

Como acompanhar o leilão

A licitação eltrônica é pública e pode ser acompanhada por qualquer cidadão. Se você quiser acompanhar o leilão do UCA que acontece agora siga os seguintes passos:

Vá no site http://www.comprasnet.gov.br

Escolha no menu a opção "Acesso livre" > "pregões" > "em andamento" (neste caso. Quando o pregão terminar será outra opção: "consulta ata")

Vai aparecer um formulário complicado. Preencha apenas os campos "situação" com "todos"; "Cód. UASG" (é 153173) e o "número do pregão" (é "1072008 ").

A partir daí entra-se numa página onde é exibido o melhor lance até o momento e tem-se acesso às mensagens do pregoeiro, entre outras coisas.

Mobilis dá a melhor oferta no novo pregão do UCA

O pregão para compra de 150 mil laptops educacionais para o programa "Um Computador por Aluno" do Governo Federal começou às 9:49h de hoje e 1 minuto depois já havia 6 propostas.

Nesta fase do processo os lances são anônimos, mas dá para reconhecer algumas empresas pelas características do produto e sua apresentação.

O Mobilis, fabricado pela empresa brasileira Comsat Tecnologia com a indiana Encore, fez a melhor oferta: R$ 89.550.000,00.

Se este preço estiver nas espectativas do leiloeiro ela leva.

Eu já resenhei o Mobilis no meu blog: Mobilidade e Educação

Informações sobre o pregão podem ser acompanhadas em tempo real em Comprasnet.gov

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

TIM WEB: O fim de uma saga

pessoal,

Acabei de cancelar o meu TIMWEB que tive a infelicidade de contratar em Campinas, São Paulo.

Minha experiência foi muito triste e o principal problema foi o péssimo atendimento ao cliente da operadora.

A qualidade da conexão era muito ruim.

Desaconselho o investimento, principalmente se estiver atrelado à fidelidade por “x” meses.

Vejam o site http://www.reclameaqui.com.br/151147/tim-gsm/tim-web-eterna-lentidao-modem-sem-suporte-e-pessimo-atendime/

Para conhecer as promessas oferecidas na época em que comprei e o que é esse serviço (para quem ainda não conhece), clieque aqui.

Nunca resenhei o TIMWEB porque quis tomar o cuidado de conhecer melhor o serviço e o atendimento. Infelizmente tudo foi tão ruim que preferi nada escrever para "manter o nível" do blog.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Finalmente... O novo Mobilis

Em junho do ano passado tínhamos a informação de que o Mobilis seria fabricado no Brasil. Este blog foi um dos principais veículos a repercutir o furo. Minhas informações colidas na imprensa e junto a própria Encore (fabricante do aparelhinho) apontava o desejo e as dificuldades de produzi-lo aqui.

Se você quer relembrar o que já publiquei sobre o assunto, clique aqui. Se quiser ter uma idéia da repercussão, veja o BR-Linux e Blog do Rodrigo Ghedin.

Até meados do ano passado, tirando o Classmate da Intel, o pioneiro XO da OLPC e o próprio Mobilis, não havia projetos de subnotebooks baratos no mercado. Esta realidade anacrônica foi quebrada primeiro pela Asus, com seu eeePC (que era 99% baseado no Classmate mas numa versão para o varejo) e depois pela entrada de outros atores na exploração deste nicho.

Hoje efetivamente contamos no mercado nacional com o Positivo Mobo (que é baseado na plataforma móvel de baixo custo da Via) e o classmate de 2a geração, comercializado pela CCE e também pela Positivo.

Também é fácil encontrar o importado Asus eeePC, incluindo sua 2a geração, com processador Atom, ao invés do Celeron e tela de 8,9' (ao invés de 7', como no primeiro modelo e nos concorrentes).

O Mobo e o eeePC de primeira geração podem ser comprados no mercado brasileiro por menos de mil reais, mesmo se financiados em várias vezes.

Agora a Dell, HP e tantas outras empresas pequenas, médias e gigantes planejam entrar no mercado de sub-notebooks. Só numa feira de negócias da Ásia apareceram nada menos que 50 protótipos. Todos tem em comum a portabilidade e, para alguns, o baixo-preço é o atrativo principal.

Será que neste contexto há espaço para o Mobilis e seu processador Texas?

Acho que a resposta se assenta em três pilares: preço, recursos e distribuição. Se ele custar mais barato que os demais, oferecer desempenho igual ou superior com recursos únicos (como acesso à TV Digital e internet via celular 3G ou EDGE/GSM) e conseguir atingir o varejo tanto quanto a alternativa Mobo da Positivo (que tem a maior capilaridade na distribuição), acredito que a sobrevivência e, talvez, o sucesso estivesem garantidos.

Mas agora que a tecnologia está pronta faltam as definições comerciais. E serão elas que definirão o preço e estratégia de venda... e até se é viável colocá-lo de fato no mercado.

Veja também este artigo no Dicas-l.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Novo Mobilis... Até que enfim!



Em junho do ano passado eu anunciei que o Mobilis, o sub-notebook da empresa indiana Encore, seria fabricado e comercializado no Brasil diante da expectativa do projeto "Um Computador por Aluno" do Governo Federa.

Infelizmente, questões burocráticas, comerciais e tecnológicas adiaram em muito a iniciativa.

Nesse meio tempo os sub-notebooks se tornaram realidade mundial. A Asus conseguiu ser a primeira a obter sucesso comercial com eles, através do seu eeePC e muitos outros fabricantes estão desenvolvendo sub-notebooks.

Eu, particularmente, sinto-me de certa forma responsável por ter alimentado as notícias do lançamento do Mobilis, que na época correspondiam às expectativas do fabricante. Por isso acho relevante o fato da Comsat Tecnologia ter inaugurado seu novo site e posto entre os produtos o novo Mobilis.

O produto foi completamente redesenhado. Na foto acima temos o modelo "agenda" (mais claro) e o modelo "tradicional", encapado em borracha e com teclado e suporte (tudo opicional).

A tela ainda é sensível ao toque, a bateria dura até 10 horas e ele já vem com o receptor para TV Digital.

Outras caracteríticas:
- O processador foi mudado para um RISC da Texas Instruments (TI OMAP2431 de 450MHz)
- Até 512KB de RAM e 4GB de SSD-HD
- Display de 7 polegadas
- Linux Mandriva
- 2 portas USB, caixa de som, etc...

Uma caracteristica do processador (e que deve ter influenciado sua escolha) é que ele permite codificar e decodificar em MPEG4/H264. Este é o formato de mídia mais avançado, que permite melhor compactação e qualidade. Este formato é utilizado na TV Digital Brasileira e sofreu críticas por necessitar de hardware específico para o processamento, ao contrário do MPEG2, utilizado na TV Digital da Europa e dos EUA, além dos DVDs.

A Comsat Tecnologia faz parte do mesmo grupo da Telavo, tradicional fabricante de transmissores analógicos e digitais para emissoras de TV e rádio e que agora está entrando no ramo de receptores para a TVDB, depois de desenvolver tecnologia própria. Há produtos interessantes nesta categoria no site.

Apesar de tecnicamente pronto. O novo Mobilis ainda não tem previsão de venda e nem preço definido. Esta indefinição da estratégia comercial traz uma pergunta: ainda há espaço para o Mobilis hoje?

Outro link: Compare o novo Mobilis com o modelo original descritoi neste artigo.

De volta!

Passei muito tempo fora, dedicando-me a outros projetos. Parei de postar enquanto decidia a migração deste blog e do seu conteúdo para um formato "mais profissional". Acabei adiando a mudança tempo demais e não postei mais nada.

Decidi retomar aqui mesmo, enquanto faço o novo sítio.

Nesse meio tempo deixei passar muita coisa importante. Mas aos poucos retomamos. Sinto, por exemplo, não ter falado do Asus eeePC, do Positivo Mobo e de outras iniciativas de conectividade que estão surgindo por aí.

Mas vou tentar fixar-me ao menos nas notícias mais inéditas ou que não se encontram com facilidade por aí.

Bem... Estou de volta!

quarta-feira, 12 de março de 2008

TV Digital em escolas de Hortolândia

Bem, não se trata exatamente da TV Digital Brasileira, inaugurada em dezembro último, mas é um campo de experiências para o modelo de TV digital interativa que o governo federal sonha em implementar.

Recebemos na última segunda-feira, dia 10/03, a visita de representantes do MEC, entre outros - como está descrito no meu perfil ao lado, trabalho numa TV Educativa Corporativa. Receber visitantes para conhecer nossos estúdios e equipamentos é rotineiro, mas espantou a todos a grande quantidade de convidados.

Por acaso li no site Hortolandia.com que a cidade também recebeu os mesmos ilustres visitantes. Eles vieram conhecer a "TV Digital" da cidade, num projeto piloto em uma escola municipal.

O projeto, bancado pela prefeitura e com execução do CPqD, UFRGS, UNISINOS e UFSC, tem características muito interessantes: um servidor central armazena o conteúdo multimídia e o transmite às escolas através de uma rede WiMax. Um set-top box na escola dá acesso à programação. Ao que parece, ao contrário da programação contínua gravada ou ao vivo da TV tradicional, a programação é a la carte, isto é, o set-top box dá acesso a um diretório/playlist com os programas disponíveis para serem tocados na TV.

Outro ponto interessante é que os professores também poderiam produzir/fazer programas que seriam disponibilizados através do servidor central.

Os pesquisadores envolvidos no projeto dizem que a experiência em Hortolândia pode fazer parte da futura interatividade do SBTVD. Fica a curiosidade, pois um sistema desses difere bastante do modelo tradicional e da própria TV Digital já em funcionamento na Grande São Paulo.

As principais divergencias com o modelo implantado são o canal de retorno via WiMax, a livre escolha do programa e a produção local de programação. Todos são pontos positivos mas que conflitam com o modelo monopolista atual de telecomunicação.

A prefeitura investiu R$ 300 mil no projeto. Um valor não muito baixo, mas justificado pela escolha do WiMax, tecnologia hoje bem mais cara que o WiFi.

Outros links: CPqD, UniversoTI, Prefeitura de Hortolândia, saiba o que é SAPSA e TV digital interativa.

PS: A foto é do site da Prefeitura de Hortolândia. Não gostei do resultado final, com a TV acima do quadro-negro, as crianças quase "quebrando o pescoço" para ver e a aparência de que é uma transmissão audiovisual tradicional. Com tantas inovações no backstage fica a sensação de que tudo se perde e se converte na mesmice da sala-de-aula tradicional.

Cameras fotográficas artesanais

Por princípio eu não gosto do Prêmio iBest que tem a pretensão de aferir a popularidade de sites brasileiros para a partir daí indicar os melhores da internet em cada categoria. Não o acho legal porque participar significa promovê-lo gratuitamente no seu site e para conseguir votar é preciso também preencher o e-mail do eleitor, o que automaticamente o inscreverá na mala-direta deles.

Essa auto-promoção às custas da espectativa de premiação de uma maioria sem chance é o que não me agrada. O próprio iBest passa a ser um dos sites mais visitados, inchado artificialmente pelas ramificações para o seu concurso e amplia enormemente sua lista de e-mails para envio de marketing-mail.

Se é para promover um serviço, prefiro aqueles com algum significado e os que são vias de mão dupla, como o Google AdSense.

Mas dou o braço a torcer que com o passar dos anos a qualidade do conteúdo da internet se diversificou e melhorou (uma coisa não necessariamente implica na outra - e vice-versa) e isso parece que está se refletindo no iBest. Na lista dos sites mais votados (que eu não visitava há anos) é possível agora ver novidades agradáveis e escapar do lugar comum.

Foi lá que encontrei um blog de tecnologia que não conhecia e que me fará companhia ao lado dos já notórios BR-Linux e O Velho.

O Digital Drops é um blog de tecnologia interessante, principalmente por se basear em fontes diferentes das minhas tradicionais conhecidas. É de lá que retiro a matéria sobre confecção de máquinas fotográficas artesanais ("pinhole" ou "buraco de agulha").

Conheci algumas experiências em escolas com este tipo de câmera, mas não com o e look deste site (em inglês).

As câmeras são muito criativas e possuem até um mecanismo para alimentação semi-automática com rolos de filme comum (as que eu conhecia só podiam ser alimentadas com um fotograma por vez).

O site disponibiliza os moldes para download e dá todas as instruções para construção.

Dá para um pai ou professor ensinar (e aprender) de forma divertida num curso de fotografia para crianças.

Outros links: Wikipedia, Tutorial em Português e este artigo sobre fotografia com pinhole em escolas.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Laptops educacionais prejudicariam a educação

É esse o resumo da reportagem do Estado de São Paulo publicada hoje que alude a uma pesquisa contextual realizada na Unicamp com base nos dados do SAEB. A pesquisa se tornou artigo publicado em setembro do ano passado na renomada revista "Educação e Sociedade".

Tanto a reportagem quanto a pesquisa são extremamente coerentes, embora o foco da última tenha sido o uso do computador (não de laptops educacionais), é inegável que a motivação para a análise partiu da política agressiva de inclusão digital do governo federal e principalmente de suas intenções de implementar o modelo 1:1 no Brasil.

Os pesquisadores tem um vasto currículo no estudo das TICs e dos seus impactos sociológicos na educação e curiosamente sua produção normalmente faz uma abordagem positiva, ao contrário de outros "pesquisadores" viceralmente contrários à idéia de ampliação da cultura digital na escola.

Exatamente por isso, este texto científico tão crítico merece destaque. Provavelmente ele também é a primeira pesquisa estatística séria sobre o tema realizada no país. Antes dela teríamos os próprios dados do SAEB que afirmam melhora no desempenho escolar de alunos com acesso a computadores - uma conclusão provada equivocada logo no início do artigo em questão.

Em resumo: junto com a avaliação do ensino básico, uma prova individual aplicada aos alunos, o SAEB perguntou se a criança utilizava o computador para auxiliá-lo nos estudos da matéria em questão (português ou matématica). Com base nestes dados e outras fontes sócio-econômicas os pesquisadores concluíram que as crianças que fizeram uso moderado ou intenso de computadores (provavelmente em casa) no apóio aos estudos tiveram os piores resultados no "provão" do SAEB. Apenas os que fizeram "uso leve" de computadores no apóio ao estudo tiveram um desempenho melhor perceptível.

Essa conclusão, vinda de pesquisadores sérios e, de certo modo, entusiastas na área parece um "balde de água-fria" nos defensores da ampliação do uso das TICs na educação, principalmente no ensino básico. No entanto, exatamente pela seriedade, a própria pesquisa levanta outras discussões e aponta limitações próprias e do universo acadêmico no geral. É uma pena que numa obra dessa envergadura apenas a conclusão objetiva transcrita acima ganhe ampla divulgação nos meios de comunicação.

Para facilitar transcrevo a parte final do artigo no qual os autores analisam alguns possíveis motivos para o baixo desempenho dos alunos mais incluídos digitalmente:

Não há na bibliografia científica nacional (não estamos falando da bibliografia meramente 'teórica' construída sem extenso apoio empírico) nenhum reconhecimento da existência desta situação. Por esta razão, qualquer hipótese explicativa será necessariamente especulativa. A bibliografia sobre o 'paradoxo da produtividade' sugere uma hipótese: usuários [de computadores] mais pesados se dedicam aos estudos durante menos tempo e com menos afinco do que seus colegas, como padrões de menor tempo de uso. Existem outras hipóteses plausíveis: (...) os usuários intensivos de computadores já detêm um bom conhecimento do uso de programas de cálculo e de correção de ortografia. Dessa maneira, a aprendizagem de capacidades associadas à escrita e ao calculo manual é considerada por estes alunos cada vez menos relevantes. Porém, o SAEB testa o domínio de conhecimentos em matemática e português sem recurso ao uso do computador. Assim, os testes ignoram a natureza das capacidades dos usuários do computador. Uma terceira hipótese é derivada de um estudo recente de Bezerra (2006) que demonstrou que os alunos que trabalham por mais de duas horas por dia têm notas inferiores àqueles que não trabalham. Dessa forma, um número significativo de alunos que usam o computador para fazer os trabalhos de casa pode estar trabalhando, o que explicaria seu acesso ao computador. Ou seja, a relação entre uso intenso do computador e as notas baixas obtidas pode ser parcialmente devido ao fato de que o aluno trabalha.


São hipóteses que os pesquisadores não podem provar e, como se vê no início da citação, eles são muito críticos às teorias não-empíricas. Mas apontam caminhos explicativos, já que a relação por eles encontrada não pode ser considerada casual ou sistêmica ("uso de computadores = má educação").

Acrescento que o uso do computador da forma como levantada pelo SAEB, mesmo que como apoio ao estudo, não é a mesma coisa que o uso de computadores dentro da sala de aula, no apoio às atividades em classe e integrados conscientemente a um projeto pedagógico. Neste caso, inexistente em escala razoável no Brasil, eventuais avaliações de ensino poderiam ser bem mais positivas, mesmo que mantendo o escopo atual dos testes do SAEB.

É claro que esta é uma hipótese "não-empírica", mas é difícil supor que um esforço de integração consciente do computador à escola, com as informações que hoje possuímos, dessem resultados mais catastróficos que aqueles que já obtemos em nossas escolas. Digo isso porque projetos como o UCA do governo federal visam uma renovação completa no modo de organizar e ensinar nas escolas, e o computador é apenas uma parte dessa revolução.

Além disso, em outros países, em especial na Europa, pesquisadores já analisam modelos híbridos que potencializem a experiência cognitiva com as TICs e outros recursos não informacionais. Há todo um novo campo educacional já em andamento, mas no Brasil, de fato, pouco se tem avançado neste sentido, quiçá empiricamente.

Leia a notícia do Estadão e o artigo na íntegra no Scielo (lá você poderá imprimir ou guardar uma cópia em PDF).

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Leilão dos laptops CANCELADO!

Ainda é preciso esperar por mais confirmações, mas a Folha de São Paulo publicou neste sábado (02/02) e noticiada pelo blog Tecnologias Digitais e Educação, do Prof. Simão Pedro, um dos representantes do grupo do UCA, responsável pelo governo por avaliar a adoção do modelo 1:1 no Brasil (o link da Folha de São Paulo é fechado para assinantes, mas a notícia está transcrita no link do Prof. Simão).

O leilão para compra de 150 mil laptops a serem utilizados nos pilotos do UCA deste ano e vencido pela Positivo/Intel com seu Classmate foi CANCELADO, em virtude do alto preço, bem superior ao esperado pelo governo. A notícia da FSP resume bem o histórico e os motivos que teriam levado à decisão.

Para outras informações consulte as notícias anteriores deste blog, a lista de discussão da OLPC Brasil e a entrevista com David Cavallo, da OLPC.

Agradeço ao jornalista José Antônio do OLPC Citizen por reverberar a notícia.

Acho que esta foi uma decisão difícil e complicada, mas, por outro lado, a avaliação de preço do governo federal para as exigências feitas ao vencedor (garantia de 3 anos no local, distribuição em 300 escolas em todo o Brasil, impostos para importação, etc...) foram bastante substimadas. Tanto que a Positivo, que tinha a maior capilaridade entre os concorrentes, não conseguiu em 40 dias reduzir consideravelmente o seu lance vencedor para que o martelo fosse batido.

O site do pregão eletrônico não traz informações sobre o cancelamento, para acompanhar as novidades de lá siga estas instruções.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Curso de estratégias para ambientes de ensino colaborativo

No último ano dediquei-me à divulgação de temas ligados à relaçãoentre tecnologia e educação, entre eles ensaios e palestras sobre olearning design (padrão internacional IMS-LD) e a mobilidade naeducação, em especial a defesa do modelo "1 para 1": uso pelascrianças em tempo integral de computadores portáteis no ensino regulare em outras atividades comunitárias.

Os principais textos e palestras sobre estes assuntos se encontram em http://www.dicas-l.com.br/educacao_tecnologia e em http://www.cameraweb.unicamp.br/.

Para este semestre gostaria de tratar de um outro tema que consideroextremamente importante e que ainda não foi abordado publicamente pormim: os novos paradigmas para a efetivação de um modelo de ensinocolaborativo, seus conceitos, estratégias, ferramentas e avaliação.Para desenvolver este tema pensei em elaborar um curso e aplicá-lo emvárias modalidades, de maneira a atender os diversos interessados.

O curso "Estratégias para ambientes de ensino colaborativo" está emfase de planejamento e é destinado a professores de escolas públicas eparticulares de todos os níveis de ensino e demais educadores nasmodalidades presencial, a distância e semi-presencial.

Será dada alguma ênfase ao ensino fundamental presencial, mas ametodologia se aplica aos outros níveis e modalidades da educação.O curso será oferecido de três maneiras diferentes:

  1. Como um workshop de 8 horas presenciais (em 1 dia) + 4 horasnão-presenciais para estudo e avaliação (12 horas totais). Este cursoestará disponível no início de fevereiro.
  2. Como um curso de extensão de 12 horas presenciais (em 3 encontros) + 18 horas não-presenciais para estudo, atividades e avaliação (30horas totais). Este curso ocorrerá no final de março.
  3. Como um curso de extensão em EAD de 6 horas tele-presenciais (em 4tele-conferências) + 24 horas não-presenciais para estudo, atividadese avaliação (30 horas totais). Este curso está previsto para o iníciode maio.

Trata-se do mesmo curso, mas com variações na abordagem e noaprofundamento do conteúdo. O workshop é destinado a grupos fechadoscomo escolas, faculdades e prefeituras. Enquanto os cursos de extensãosão abertos. No entanto, por questões de logística e custodificilmente o segundo curso semi-presencial será oferecido para alémdo estado de São Paulo.

Aquele que estiver interessado envie um e-mail para "jaimebalb@gmail.com" com o assunto/title "RE: Curso de estratégias emambientes de ensino colaborativo". Isto irá ajudar a avaliarestatísticamente o nível de interesse no tema e NÃO significa ainscrição ou pré-inscrição em quaisquer dos cursos.

Em breve divulgarei as ementas e outras informações, como os recursose as ferramentas utilizadas.
Agradeço a divulgação.