segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Brasil opta por softwares e padrões livres para seus laptops educacionais

Lendo com mais atenção o edital para compra de 150 mil laptops educacionais é perceptível a preocupação para que estes equipamentos estejam de acordo com as tecnologias mais atuais, como o Java e Flash, e que possuam aplicativos básicos como editores de texto e planilhas, navegador web e media player.

Mas salta aos olhos também a preocupação com a liberdadade. O edital exige que os laptops, bem como o software do servidor escolar ao qual eles se conectarão, sejam baseados em software livre e reforça essa opção exigindo também que "a contratada forneça os códigos fontes, além do repasse tecnológico de toda a solução."

Indo além, o edital exige somente compatibilidade com padrões livres para o editor de textos (Open Document) e arquivos de som OGG. Nada é dito explicitamente sobre padrões proprietários nestes casos, mas de forma genérica é exigida "a reprodução de áudio e vídeo em tempo real" o que, em tese, implica suporte a padrões de mídia não-livres porém quase universais hoje, como WMV.

O edital também exige outros softwares, como cliente de chat (não emite preferência por nenhuma solução ou padrão); leitor PDF; Gravador de som; suporte às linguagens de programação LOGO e Squeak; e "jogos educacionais (xadrez, palavras cruzadas, etc...)";

O governo brasileiro não está exigindo uma solução 100% GPL já que também impõe aos laptops compatibilidade com tecnologias proprietárias, como é o Flash, (ainda é) o Java e também a rede Mesh, exigida no edital e que permitirá aos laptops montar redes automaticamente, bem como rotear pacotes entre seus pontos. Mas em outros contextos políticos recentes seria impossível visualizar tantos avanços, principalmente num projeto com tanta capilaridade.






Powered by ScribeFire.

2 comentários:

Anônimo disse...

Porque será que só tem link pro XO no blog? Favoritismo?

Jaime Balbino disse...

Um blog é por natureza um diário pessoal, não é uma ferramenta científica ou jornalística. Aliás, a aproximação dos blogs com o jornalismo formal é uma invenção recente e artificial. Só porque os blogs são ferramentas linguísticas não significa que prestam necessariamente a formatos de comunicação socialmente mais definidos.

Eu não sou jornalista (sou cientista) e este blog não serve para sistematizar idéias, na maioria das vezes apenas as divulga, ainda em seu estado mais bruto. Textos com este objetivo eu coloco em http://www.dicas-l.com.br.

Não é raro que mesmo blogs de jornalistas sejam tendênciosos, mas estes casos eu acho muuuiiiiito problemático. Vide, por exemplo, o blog de um determinado editor da revista Veja.

Neste blog defendo algumas idéias. No caso dos laptops educacionais há aspectos no projeto da OLPC que são dignos de análise. Afinal, ele é um projeto extremamente ambicioso, iniciado do zero e de enorme complexidade. Além disso ele não segue os princípios do Mercado em suas escolhas o que lhe permite decidir pelas tecnoloigas de maior potencial social.

Além disso os posts estão vinculados diretamente ao meu tempo e ao trabalho que estou realizando.

Por fim, é extramamente difícil encontrar links dinâmicos para as outras opções. Há semanas garimpo por novas informações sobre o Mobilis, principalmente por fotos dele, mas nada econtro. O site do Classmate é muito pobre e tudo que pode ser dito sobre ele em português parece já ter sido linkado aqui.

Não peço que confie ou acredite neste ou em qualquer blog que costume visitar. Todos emitem sua opinião e lançam seus argumentos que justificariam seus favoritos, cabe somente a voçe ponderar sobre o que foi dito.